OLHAR O MUNDO

 

Cada momento é único e mágico, egoísta também, a maior parte das vezes escapa ao comum dos mortais como é impar o instante da existência humana, sobre este novelo celeste, que se desenrola em círculos pelo universo, porque circular é viver... Assim é, desde o nada!

     O nada era tudo quanto precisava para iniciar esta reflexão, onde parei para olhar o mundo.

Um lugar-comum dizer que ele não é mais o mesmo, não é realmente aquele mundo que meus olhos de criança abertos de espanto descobriu num emaranhado de sons, luzes, cores, cheiros, aromas e sabores. Não é mesmo o mesmo lugar, ainda que esforçadamente guarde na memória cada detalhe de outrora e force a repetição dos costumes e tradições como quem esfolheia um álbum fotográfico.

      Do nada que hoje o tempo guarda dos ecos do passado rastejante, dos primeiros detalhes do meu gatinhar, obra perfeita e própria de quem maravilhado descobre um novo mundo, mesmo ali sob meu nariz. Um mundo sem dono, disponível para a investida curiosa do primeiro olhar com olhos de ver todas as pequenas coisas.

      Como é belo todo o chão que amasso, as texturas e temperaturas, o odor a terra a humidade na erva a água espelhada no chão e a lama.

Como é cruel recordar que a lama onde me divertia e enrolava deslizando todo o corpo num estranho bailado coreografado pelo acaso, não é mais a mesma lama, nem tão pouco ela é mais desejada por ninguém. Cair na lama ganhou desdém.

       Olhar o mundo e ver o impossível acontecer, entre os dedos perde-se a areia apertada como o tempo que escasseia cada vez mais.

Ah o tempo que não tem mesmo jeito de olhar o mundo em cada despertar.

Olhar o mundo com olhos de hoje e já, reconhecer como nada mais é igual ao primeiro olhar.

 

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Comentarios: 1
  • #1

    taylor hampton solictiors (viernes, 28 marzo 2014 10:19)

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