PRIMEIRO OLHAR

Depois do sono ainda agonizado pelos sentidos mal despertos; num olhar desfocado enxergo a luz ténue do meu quarto, que arreliadora estimula a mente a despertar…

Numa anarquia dos sentidos à espera de ordens de comando, de um líder que chega tarde à formatura.

- No momento apenas a retina se move descontrolada olhando de esguelha entre as sentinelas, as pálpebras, que esgrimem os sabres ao alto abrindo alas á luz.

A luz vai de encontro à mente com mensagem prioritária, numa voz de comando interior a mente ordena a não vacilar. É dia é preciso atuar!

Numa fracção de segundos a mente organiza-se e distribui as missões a todos os sentidos, que em série rigorosamente obedecem ao estímulo de comando codificado numa espécie de GPS e num abrir e fechar de olhos, fazem pular o corpo em equilíbrio ébrio de vida.

As coordenadas guiam os meus passos pesarosos até ao velho lugar de manutenção.

Habituado e mecanizado o processamento, nem é preciso mais a ordem da mente brilhante para actuar ao mais alto nível, vertem-se os fluidos degradados do último dia e prepara-se o equipamento para nova lubrificação. É um procedimento de manutenção constante que contém pequenas variáveis e inconstâncias.

Variáveis de ordem e de tempo e por vezes de prazer!

Prazer que se expande até á pele, num toque mais sensível que leva á ternura sob vigilância apertada do primeiro olhar.

 

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